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Ansiedade. Mas, ânsia pelo quê?

Postado em 07 de fevereiro de 2018.



Como você se definiria? Alguém com “emoções à flor da pele” ou de “coração tranquilo”? É daquelas pessoas hiperativas, “ligadas no 220” ou de tão serena é capaz de ver o tempo passar devagar?

 Se ficar com as primeiras opções das perguntas que lhe fiz, tudo indica que a ansiedade pode ser sensação constante em sua vida. Se for este o caso, este artigo foi feito para você. Mas, mesmo não sendo este seu caso, fique e leia, porque não dá para falar de ansiedade sem comentar seu contraponto, a mansuetude.

E o que é ansiedade?

Quando, na pessoa, estão presentes sentimentos vagos e desagradáveis como o medo, a apreensão, particularizados por desconforto ou tensão, oriundos de uma precipitação de risco ou ameaça, estranhos à realidade cotidiana, consideramos estar esta pessoa diante de um quadro de ansiedade.

Contudo, é comum, vez ou outra, estarmos ansiosos. E isto é salutar quando a ansiedade aparente é proporcional ao estímulo (ameaça ou risco) que a desencadeou. Desde que não interfira na qualidade emocional do ser, tampouco em seu desempenho diário, momentos de anseios são triviais.

Agora, caso esta ansiedade se manifeste exagerada, desproporcional aos fatos vividos, ou diferentes do que se observa ser a norma vigente (padrão de comportamento), estaremos aptos a afirmar que se trata de uma patologia emocional.

E como saber se a ansiedade é patológica?

Na prática, diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica, consiste sobretudo em observar a reação da pessoa ansiosa, se é autolimitada, de curta duração, e se respeita ou não os limites do estímulo factual.

Vulgarmente, os desarranjos ansiosos podem derivar de outras condições psiquiátricas, como depressão, psicose, transtorno do desenvolvimento, entre tantas. Ou seja, a ansiedade continuamente pode estar relacionada a outras desordens emocionais, como a depressão por exemplo.

E o que acontece a uma pessoa ansiosa?

Estar ansiosa deixa a pessoa com perfil eminentemente destrutivo. Esta euforia desenfreada e constante pode afetar a ela e aos outros de forma imprevisível, já que para mentes afoitas, obter filtro neste turbilhão de estímulos é um grande desafio.
Quer ver um caso extremo de ansiedade, causada pelo desejo exagerado por algo, cliqueaqui.

Ansiedade e consumismo

A ideia do consumismo premente, se baseia no desejo exagerado causador da ansiedade patológica. E com os meios de comunicação propagando (e com a eficiência de um maestro) as intérminas possibilidades de desfrute e prazer, acelerar mentes afoitas é soma previsível.

São esses descomedidos desejos, causados pelo apelo midiático ao consumismo instantâneo, um dos grandes responsáveis pelo panorama da ansiedade no mundo de hoje.

Observe bem, a era atual está tão alicerçada no consumismo, que canhoneia por todos os lados (indiscriminadamente), esses infinitos estímulos de consumo. E para vencê-los, ainda mais com tamanho incentivo midiático, é preciso por parte da pessoa, uma ação muito concentrada e mais, muita força de vontade.

Como se vê, estes são tempos onde o ser humano se confunde às máquinas que cria, e isto por si só acaba interferindo na individualidade dos que vivem este momento.


Ansiedade e ambição.

Ter ambição é natural, e geralmente é prévia do progresso. Tudo que até hoje foi construído foi concebido pela mente ambiciosa, que busca por mais qualidade, facilidade e bem-estar. A ambição, se leva a algum lugar, é à frente. Resultado bem diferente da ganância, que de tão exagerada corrompe o filtro do desejo, levando a pessoa ao abismo da insatisfação constante. Quanto mais tem mais se quer: o melhor carro, a melhor casa, a melhor roupa, o melhor smartphone, a melhor viagem.

Neste escopo ganancioso, o que se busca além da satisfação da posse é o deleite do status (a satisfação pelo poder).  E neste rumo, muitos pagam preços impossíveis, como a perda de boa parte da própria existência.

Visão psicossomática

Quando se anseia alguma coisa, note, é porque a pessoa sente falta de algo: autorrealização. Neste Caso, quando há equilíbrio emocional, tanto corpo quanto mente, de maneira salutar e com energia positiva, trabalham para que o que falta se manifeste a bem da satisfação pessoal.

Porém, se a psique está em desequilíbrio, é a ansiedade que se manifesta, sombreando o bom senso e a realidade.

Sintomas da ansiedade.

Entre tantos, os sintomas mais aparentes à ansiedade são o nervosismo, a agitação, a congestão dos pensamentos, a desestabilização do sistema nervoso, e também alterações corporais como a interferência na produção de suco gástrico no estômago. 

E em casos de crise de ansiedade?

Alguns comportamentos são bem típicos do ansioso que podem gerar crises de ansiedade. Mas nem sempre é possível, sem um tratamento mais próximo, verificar se está ou não acontecendo algum desequilíbrio de ansiedade, afinal, pelos exemplos e experiências vividas, se assiste inúmeras pessoas demonstrando calma e tranquilidade exterior, enquanto seu interior está em ebulição constante, por conta de tantas emoções contidas.

Como lidar com a ansiedade?

Na vivência terapêutica, como estudioso e praticante, pude identificar alguns comportamentos que podem nos ajudar a evitar quadros de ansiedade. Os cito a seguir. Contudo, para uma análise mais precisa e personalizada, incentivamos buscar auxílio de especialistas neste campo.

1. Comportamento Contemplador: 

Existem pessoas que o tempo todo buscam o controle de tudo e de todos. Isto, ao indivíduo razoável, é impossível. Ninguém é capaz de estar sempre no controle dos acontecimentos, pois existem muitas variáveis, e muitas delas são imprevisíveis.

Por isto é imprescindível ter um comportamento mais contemplador, que entenda o valor do presente, e que não julgue o agora pelos “nem acontecidos” momentos do futuro.

2. Comportamento Profilático.

Ser ansioso é não cuidar de si no tempo certo, ou seja, esquecer do presente em favor de um futuro. Se quiser evitar sensações ansiosas modifique este tipo de comportamento por uma conduta profilática, que prevê e previne as causas de ânsia e compulsão. Por exemplo, ao invés de se deixar levar pelos programas de TV, leia um livro que motive a tranquilidade e o bem-estar.

3. Vocação Interior.

Aprenda a olhar de dentro para fora, pois o contrário desencadeia ansiedade. A orientação é voltar-se para dentro de sua mente e coração, buscando uma conexão com algo maior, com a espiritualidade ou o divino. Senão, ao dar relevância excessiva às aparências, ao aspecto exterior, a pessoa tende a ser superficial e fútil, além de neurótica, por não conseguir suprir a pessoa interior que esconde.

4. O Ser Imperfeito

Tenha em mente que tudo que acontece a nossa volta é porque a vida deve circular entre causas e consequências, e por isto mesmo, o universo sustenta em nós a imperfeição. Ninguém é autossuficiente o suficiente. Sempre haverá o “vento” a soprar o imperfeito na direção da evolução, e é exatamente esta a brisa que devemos respirar.

Assim, entender que somos parte ínfima de algo maior que ainda desconhecemos, imperfeitos a nosso modo, mas engajados na melhora pessoal, deixará mais leve cada passo que dermos.

É isso.

Os comportamentos que vislumbrei e compartilho neste artigo, como visto acima, são uma espécie de “pés no chão”, pois se praticados, nos colocará no lugar devido, no presente. Com certeza muitos outros existem e precisam ser explorados. Talvez logo a frente esmiuçaremos eles. Por agora, encerro indicando uma leitura edificante: Mentes Ansiosas – O medo e a ansiedade nossos de cada dia, de Ana Beatriz Barbosa Silva.

 

Abraços de Luz,

 

Alexandre Fonseca M. e Silva

Colaborador Amor e Esperança

 

 

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